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Estou de luto por uma pessoa que não me conhecia, mas me fez um profundo bem

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Criado em Sexta, 29 Maio 2020 11:41

DENTE-DE-LEAO

Estou triste, como se tivesse perdido alguém bem próximo. O desaparecimento hoje de um dos maiores jornalistas, escritores e humistas da minha geração, mexeu comigo. Morreu hoje, aos 63 anos, Gilberto Dimenstein. 

Ele foi um dos meus mestres, mesmo sem me conhecer. Por causa de influencia de profissionais como ele, do trabalho que ele realizava - principalmente na Folha -, segui a trilha do jornalismo mais humano, social, vendo pessoas; tendo sempre um pé atras com os que estão no poder, que muitas vezes usam o jornalista para alcançar seu objetivo. Agora, com o ciberjornalismo, ainda que impondo uma série de constrangimentos que limitam a ação e a produção jornalística, temos a garantia de que podemos agir em benefício da sociedade e da democracia com muito menos amarras. O Gilberto Dimesntein também entendeu este viés e possou a trabalhar por contra propria no seu "Catraca Livre".

O conheci através de seus textos da Folha de São Paulo, onde mantinha uma coluna e fazia a defesa de pessoas de classes sociais que não têm voz, principalmente crianças e adolescentes. Escreveu mais de uma dezenas de livros.  Entre os quais "Meninas da Noite" que é o resultado de uma série de reportagens feitas entre entre 1985 e 1995, sobre a prostituição infantil, e que foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo em 1992. 

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Gilberto Dimenstein, tinha 63 anos. Crédito: Bruno Santos / Folhapress

O livro fala de meninas consideradas escravas da região Norte e Nordeste do Brasil. Foi um trabalho amplo, que durou um ano entre planejamento, investigação e publicação das matérias. Dimenstein viajou durante seis meses pelo Norte e Nordeste do Brasil, procurando lugares onde meninas eram escravizadas sexualmente ou quase mantidas em cativeiro.

Filho do pernambucano de origem polonesa Adolfo Dimenstein e de uma paraense de ascendência marroquina, é oriundo de uma família judaica. Seus pais instalaram-se na Vila Mariana, distrito de São Paulo

Em 2019, foi diagnosticado com um câncer no pâncreas. Faleceu no dia 29 de maio de 2020, em decorrência de um câncer de pâncreas. 

Hoje, o site de Dimenstein, registra:

"É com profunda tristeza que a Catraca Livre anuncia o falecimento de seu fundador, Gilberto Dimenstein, aos 63 anos de idade. Dimenstein morreu nesta sexta-feira, 29, às 9h, enquanto dormia. O escritor, educador e jornalista deixa dois filhos, Marcos Dimenstein e Gabriel Dimenstein, a esposa, Anna Penido, e um netinho. Ele travava uma luta contra um câncer no pâncreas há nove meses. 

Em sua última entrevista, ao UOL, Dimenstein afirmou que estava vivendo 'ma história de amor com o câncer'. Os tratamentos não estavam adiantando, e o jornalista não resistiu." 

Recorro ao Wikipédia, pra trazer parte de seu rico curriculum: 

Formado na Faculdade Cásper Líbero, foi colunista da Folha de S.Paulo e esteve na Rádio CBN. Já foi diretor da Folha de S.Paulo na sucursal de Brasília e correspondente internacional em Nova Iorque daquele periódico. Trabalhou também no Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora, revista Visão e Veja. Foi acadêmico visitante do programa de direitos humanos da Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Por suas reportagens sobre temas sociais e suas experiências em projetos educacionais, Gilberto Dimenstein foi apontado pela revista Época em 2007 como umas das cem figuras mais influentes do país.

Ganhou o Prêmio Nacional de Direitos Humanos junto com Paulo de Evaristo Arns, o Prêmio Criança e Paz, do Unicef, Menção Honrosa do Prêmio Maria Moors Cabot, da Faculdade de Jornalismo de Columbia, em Nova York. Também ganhou os prêmios Esso (categoria principal) e Prêmio Jabuti, em 1993, de melhor livro de não-ficção, com a obra "Cidadão de Papel".

Foi um dos criadores da ANDI - Comunicação e Direitos, uma organização não-governamental que tem como objetivo utilizar a mídia em favor de ações sociais. Em 2009, um documento preparado na Escola de Administração de Harvard, apontou-o como um dos exemplos de inovação comunitária, por seu projeto de bairro-escola, desenvolvido inicialmente em São Paulo, através do Projeto Aprendiz. O projeto foi replicado através do mundo via Unicef e Unesco.

Participou do programa de liderança avançada de Harvard e é o idealizador do site Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle.

Em dezembro de 2013, Dimenstein anunciou, na própria coluna que escrevia para a Folha de S.Paulo, seu desligamento do jornal, do qual foi colunista por 28 anos.

Em 13 de fevereiro de 2017, Dimenstein deixou a Rádio CBN para criar um projeto próprio. O blog "Catraca Livre". 

Dimesnten, saiba que você cumpriu seu papel com fibra, honra e que, com certeza, trouxeram resultados positivos para o pais. É lamentável perdê-lo, especialmente num momento em que precisamos muito de pessoas como você. Mas, que fazer... é a vida. Densance em paz. Você mereceu!


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